segunda-feira, 28 de junho de 2010

Comporte-se

Sites de Relacionamento são ferramentas de RH


Por Maura Xerfan



Se você pensa que o Orkut é apenas um site de relacionamento para encontrar amigos distantes ou conseguir um namorado, por exemplo, está muito enganado. Os sites com esse perfil vão, além disso. Atualmente, empresas estão utilizando esses endereços eletrônicos como forma de ferramenta de recrutamento e seleção de profissionais para o mercado de trabalho



No Brasil, o Orkut é o site de relacionamento mais popular, com cerca de 12,9 milhões de usuários, sendo que 52,2% possuem entre 18 e 25 anos. Em geral, é nessa idade que os jovens almejam o primeiro emprego e buscam melhor colocação no mercado. Por causa dessas visitas, algumas vezes inesperadas, alguns usuários estão mudando os seus perfis para não serem prejudicados. A estudante de turismo Mayra dos Santos, 20 anos, resolveu sair de algumas comunidades como a "Odeio acordar cedo". "Sei que algumas empresas estão ‘fuxicando’ o Orkut dos seus candidatos. Por isso, antes de entrar em alguma comunidade, penso se vai me prejudicar profissionalmente", conta.



Opiniões variam quanto à eficácia do Orkut



Devido à grande dificuldade de conseguir um emprego, algumas pessoas acham que essa forma de seleção não é a maneira mais adequada para seleção de trabalhadores. O estudante de Jornalismo Leonardo Coqueiro acredita que a visita ao Orkut, além de ser ineficaz, é uma violação de privacidade. "Isso é uma violação dos direitos da pessoa. A empresa só pode visitar o seu perfil se ela avisar", afirma. Alex Sami Arruda, empresário no setor de Seguros e Serviços, dono da comunidade "Orkut ferramenta de trabalho", completa ao dizer que pode haver também distorção do caráter da pessoa. "Essa pessoa pode viver de maneiras diferentes, fantasiosas ou exageradas quando está fora de seus deveres profissionais", defende.



Da mesma forma, a coordenadora de Recursos Humanos da Catho, Fernanda Figueiredo, acredita que selecionar virtualmente ou, até mesmo, conhecer melhor um candidato através do Orkut não é totalmente eficaz. "Esses sites de relacionamento possuem mais informações pessoais do que profissionais e muitas vezes o candidato pode criar um Orkut falso. Por isso que a utilização desses sites não devem ser critério para reprovação", declara.



No entanto, quem já teve seu Orkut visitado por uma empresa na fase de seleção afirma que não se sentiu intimidado ou invadido, por garantir que em seu perfil não havia nada que pudesse comprometê-lo como profissional ou cidadão. A estudante de Jornalismo Monique Azeredo comenta que já teve seu Orkut "bisbilhotado" e não teve problema em relação a isso. "As empresas têm o direito de checar quem são seus futuros funcionários. Não vejo mal algum em procurar saber mais sobre o candidato", ressalta. Já o vendedor Rafael Cardoso, que também teve seu Orkut "vasculhado", foi reprovado em um processo de seleção. "Acho essa forma de selecionar injusta. De repente, posso ter alguma comunidade que meu recrutador não tenha gostado. Acho que deve ter sido por isso que não fui aprovado, porque nas outras etapas fui bem", lamenta.



Alguns profissionais da área de recrutamento, como a administradora de empresa Maura Xerfan, já pensam ao contrário. Maura acredita que a tecnologia é uma aliada, uma facilitadora nesse processo. "Boa parte das empresas já inclui o Orkut como uma das principais ferramentas de recrutamento e seleção na etapa final. Ao divulgar os dados em cada perfil dentro do próprio site, ele reflete um padrão de comportamento que pode ser desejado ou indesejado pelos recrutadores, constituindo um filtro", afirma.

Para que seu Orkut não o prejudique, Renato Grinberg apresenta perfis comuns entre os usuários que precisam ter atenção redobrada para não gerar conseqüências à imagem profissional. E alerta: “Caso se identifique com alguns deles, cuidado! Pode estar na hora de mudar”.

O preguiçoso – É aquela pessoa que diz odiar acordar cedo e assume não gostar de trabalhar. Normalmente, o preguiçoso participa de várias comunidades que visam confirmar essa característica. As mais comuns são: “Eu odeio acordar cedo” e “Se trabalho fosse bom não era pago”;

O acomodado – “Se nada der certo viro hippie”. Quase 300 mil pessoas compartilham do mesmo desejo caso seus planos não vinguem no futuro. O acomodado não possui ambição de crescer profissionalmente e está feliz na posição que ocupa na empresa. A impressão que passa ao chefe ou recrutador é de que essa pessoa não tem visão de futuro que possa contribuir para o crescimento da companhia;

O bitolado – Essa é uma pessoa que gosta somente de uma coisa em específico. Pode ser um gosto musical, ideais e até mesmo uma única visão para a área de atuação. Isso é revelado nas diversas comunidades que participa sobre o mesmo tema, nas fotos e também na descrição do perfil escrita pelo usuário. Todos temos preferências, mas é preciso tomar cuidado para não parecer inflexível;

O baladeiro – Ele faz questão de mostrar a todos que gosta – e muito – de festas. Até então não há problemas, essa é uma questão pessoal que não influencia no trabalho. Mas a questão se agrava quando a situação é exagerada e as comunidades mostram irresponsabilidade. Como por exemplo: “Da balada ao trabalho” e “Eu trabalho de ressaca”. Com isso, essa pessoa mostra ser irresponsável e que não se importa com bom desempenho no dia seguinte;

O reclamão – É aquela pessoa que reclama de tudo: da vida, do trabalho, dos compromissos, dos chefes e até mesmo dos amigos.

Normalmente adere a diversas comunidades que começam com “Eu odeio”, é pessimista e nunca está satisfeita. Imagine se o seu chefe olha seu Orkut e, de repente, encontra a comunidade “Eu odeio meu chefe”. O mais curioso é que as pessoas já sabem que correm esse risco e aderem à “Socorro, meu chefe está no Orkut!”. Assim sendo, é melhor rever seu perfil para que seu trabalho não seja comprometido.

Como ressalta Grinberg, é importante esclarecer que não precisamos esconder nossas preferências aos amigos nas redes sociais, mas é importante ter cautela. “As informações pessoais tornaram-se públicas, uma vez que inseridas e disponibilizadas na internet. Isso quer dizer que qualquer pessoa pode ter acesso”, diz. “Não vejo problemas em mostrar sua personalidade por meio desses sites de relacionamento, mas antes de tudo, use o famoso bom senso”, recomenda. (com Grupo ImageCom)





O que deve ser evitado no Orkut



Erros de português;

Comunidades com exageros do tipo "eu odeio" e "eu não vivo sem";

Comunidade com assuntos "Eu bebo todas", "Comi a secretária", "Eu não

valho um real";

Fotografias em situações constrangedoras;

Mensagens ofensivas ou com cunho racista ou machista.



O que deve ter em um Orkut



Apresentação positiva na página principal;

Depoimentos de amigos;

Comunidades sobre auto-desenvolvimento, empreendedorismo, criatividade,

bons valores e esporte;

Demonstrar ser uma pessoa sem exageros e centrada;

Bastantes amigos.

Artigo publicado por: Folha Dirigida

Cristiano Gabriel
Aluno 1° período ADM

Nenhum comentário:

Postar um comentário