quinta-feira, 27 de maio de 2010

Comporte-se

Motivação a todo custo
Revista época


Empresas fazem de tudo para levantar o moral das equipes: dos esportes radicais à classificação dos funcionários por perfil psicológico
POR: MAÍRA TERMERO

ENTROSAMENTO

Alessandra (à dir.) descobriu ser o oposto de seu chefe. Dill Casella (à esq.) canta para os colegas

O engenheiro Dilmar Casella, de 36 anos, realizou o sonho de ver um CD com suas composições à venda no shopping. Quem bancou a produção, de R$ 5 mil, não foi uma gravadora, mas a própria empresa em que trabalha, a Camargo Corrêa Cimentos. Todos os anos, ela elege o projeto pessoal de um funcionário para investir. ''A gente se sente valorizado'', comemora o engenheiro, que hoje corre o país dando palestras para os colegas. ''Para nós, é importante reter pessoas que façam diferença'', diz Marcia Rabello, coordenadora de potencial humano da empresa. Assim como a Camargo Corrêa, outras empresas de vários ramos e portes têm feito de tudo para levantar o astral de suas equipes. No ano passado, a indústria capixaba de móveis Movelar destinou R$ 100 mil a eventos, como uma festa para mais de mil funcionários e familiares. Pelo mesmo valor, o empresário Marcos Ermírio de Moraes organiza, para corporações como Unilever e Dupont, uma versão light de seu Rally dos Sertões, que serve como treinamento de trabalho em equipe.

Tanto investimento no bem-estar do funcionário é uma tentativa de compensar a frustração na maioria dos ambientes de trabalho. ''Grande parte do que as pessoas fazem não tem sentido para elas: são tarefas enfadonhas, repetitivas e mal planejadas'', analisa Thomaz Wood Jr., professor da FGV. O problema é especialmente crítico em ramos como telemarketing. Os operadores trabalham sentados, ao telefone, e têm metas diárias a cumprir. Com 29.500 tele-operadores, a Atento organiza todos os anos um Show de Talentos, ao custo de R$ 500 mil. ''Busca-se cada vez mais incentivar o contato humano que falta na vida pessoal'', diz Cleide Barani, vice-presidente de recursos humanos.

''Se o funcionário tem um ambiente de trabalho feliz e integrado, não se incomoda com mais horas de trabalho'', afirma Felipe Westin, diretor de RH da indústria farmacêutica Bristol-Meyers Squibb. No ano passado, a empresa recebeu um prêmio nos Estados Unidos por seu programa no Brasil, com atividades como a prática de esportes radicais, técnicas circenses e um grande show de calouros, que conta com Pedro de Lara e Elke Maravilha no júri, além de um Silvio Santos interpretado pelo próprio presidente da empresa, Mario Grieco. A nova gestão credita a esses programas ter saído da crise e registrado crescimento de 10% no faturamento do ano passado.

Apesar de empolgar a turma do RH, essas iniciativas são vistas com desconfiança por alguns especialistas. ''Não adianta dar injeções de ânimo e de distração nos funcionários'', diz Tania Casado, professora do Programa de Estudos em Gestão de Pessoas da Faculdade de Administração da USP. Tania assinala que os chefes devem perceber qual é a motivação de cada membro de suas equipes. ''O que é um incentivo para uma pessoa pode não significar nada para outra.''

SHOW

Paródia do musical Chicago venceu festival da Atento

Já o laboratório Merck aplica um teste que classifica os funcionários - chamados de colaboradores - em 16 tipos psicológicos baseados na teoria junguiana. A combinação de letras que define cada perfil passou a integrar o vocabulário da empresa. ''Meu chefe é INFP, meu oposto, que sou ESTJ. Isso me deixava aflita, porque os projetos simplesmente não andavam. Agora sei que não posso ir direto ao ponto com ele'', diz a assistente Alessandra Lima (veja no quadro da página seguinte o significado das siglas). A classificação ajuda, esclarecendo comportamentos, mas Alessandra se sente um pouco rotulada. ''O tipo pode ser usado como escudo por algumas pessoas, inibindo a reflexão. É um risco'', pondera Tania. Para Thomaz Wood, o que falta nos programas de desenvolvimento pessoal é um conteúdo que trate dos verdadeiros problemas das organizações, como dilemas estratégicos, dificuldades de relacionamento e jogos políticos. ''Se barreiras como líderes autoritários, injustiça, falta de transparência e processos confusos forem removidas, o trabalho ganhará um sentido para o funcionário e o circo da motivação não precisa existir'', afirma Wood.

12/08/2009 - 16:47



Análise

Apesar da desmotivação de muitos funcionários, devemos conhecer cada funcionário, sabendo onde e como motivar, oque as vezes pode motivar um, desmotiva totalmente outros membros da equipe, por isso os chefes tem que se interessar e conhecer seus funcionários, para obter melhor rendimento e mais produtividade dentro da empresa.

          Jean Luzzi
Aluno 1° período ADM

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