terça-feira, 13 de abril de 2010

Comporte-se

Revista: Pequenas Empresa e Grandes Negócios - 10/2009
Boas inovações precisam de um bom ambiente para ter sucesso
Entrevista com William F. Miller, co-diretor do Programa de Regiões Inovadoras e Empreendedorismo da Universidade de Stanford, afirma que inovar não é algo que se faça do dia para a noite, leva tempo.
Por Katia Simões
“Se você planta boas sementes em um habitat pobre, com pouca chuva, vai ter resultados limitados. Nos negócios, acontece o mesmo: boas inovações precisam de um bom ambiente para ter sucesso em larga escala”, afirma William F. Miller, co-diretor do Programa de Regiões Inovadoras e Empreendedorismo da Universidade de Stanford, dos Estados Unidos. Aos 83 anos, autor de quatro livros na área de tecnologia da informação, ele falou à Pequenas Empresas & Grandes Negócios durante o Fórum Global de Inovação e Empreendedorismo, que acontece em Florianópolis, sobre as chances das empresas brasileiras se internacionalizarem e sobre o papel das universidades na disseminação dos conhecimentos em prol do empreendedorismo.
Como se cria um ambiente propício para a inovação?
Não é algo que se faça do dia para a noite, leva tempo. O Vale do Silício, nos Estados Unidos, por exemplo, não virou referência de uma hora para outra. Desenvolveu-se aos poucos, adotando práticas que passaram a ser copiadas dentro e fora da América. Podemos dizer que existem algumas práticas que são essenciais para fomentar a inovação, entre elas: pesquisa científica constante na área de tecnologia; disponibilidade da mão-de-obra trabalhar por projeto e não fixa em uma única área; aliar investimento na pesquisa, no desenvolvimento, mas também no capital humano; ter uma mente aberta para os negócios e facilitar a comunicação, permitindo que, ao se comunicarem, as pessoas aprendam com as experiências das outras; mostrar-se disponível a investimento de fundos de venture capital, oferecendo boas oportunidades para que os investidores se mostrem dispostos a apostar nelas; promover conexões globais, o que significa tirar vantagens de onde a inovação acontece de forma mais produtiva; manter um ambiente que estimule o risco e não puna o erro, porque locais onde não se pode errar desestimulam o empreendedorismo. Tudo isso sem esquecer a qualidade de vida das pessoas, essencial para a prática da criatividade e da inovação.
Por que a Ásia é vista hoje como um dos continentes mais inovadores?
Os números crescem diante dos olhos quando se começa do zero. Foi isso que aconteceu com muitos países asiáticos. Não é errado afirmar que hoje o Japão é um dos países que mais gasta com inovação, mas não é o mais empreendedor. Já a China e Taiwan encabeçam a lista daqueles que mais transformam inovação em negócios rentáveis.
O que falta para a internacionalização das empresas brasileiras?
O Brasil figura no estudo do GEM como um dos países mais empreendedores do mundo. O que falta às empresas brasileiras é trabalhar com horizontes mais amplos, menos centradas no regional. É enxergar o mundo como o seu próprio quintal e buscar parcerias onde a inovação se faz latente. Quem está disposto a ampliar suas fronteiras tem que entender a cultura dos países com quem quer fazer negócios e adaptar seus produtos à essa realidade. Se respeitar essa conduta a maioria das empresas brasileiras tem condições de crescer no exterior.
Qual o papel da universidade na prática da inovação?
É muito importante, porque a academia concentra boa parte do conhecimento. Mas, acima de tudo a universidade tem que se preocupar com a qualidade do ensino, porque um país para crescer precisa ter boas escolas. Em segundo lugar, saber tornar a pesquisa acessível ao público em geral. Não dá para negar que é um grande desafio voltar-se ao mercado e ao mundo dos negócios, sem deixar de ser uma unidade de ensino forte.

Referência
http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI101385-17172,00-BOAS+INOVACOES+PRECISAM+DE+UM+BOM+AMBIENTE+PARA+TER+SUCESSO.html

Jéssika Martina dos Santos
1°  período - ADM

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